#Nos40DoSegundoTempo

Viajando {comportamentalmente} em família – Parte 1

Vai chegando o final do ano e, a gente vai pensando em um roteiro/destino pra viajar em família, sempre em Janeiro. Pensamos em muitas opções até que, por conta de um casamento de uma amiga do Beto em Nova Orleans, resolvemos aonde iríamos dessa vez em família. Decidimos fazer uma viagem de carro pela Costa Oeste dos Estados Unidos, eu e ele já tinhamos feito essa mesma viagem há uns 20 anos atrás e, eu sempre quis voltar pra levar os meus filhos.

Foram 15 dias de viagem. Muitos quilômetros rodados dentro de um carro, vários hotéis ou seja, várias cidades pelo caminho. Lendo isso, vocês podem achar que foi uma correria (até foi), mas a nossa viagem CVC foi perfeita, juro – ok, tivemos dois incidentes – mas isso eu deixo para depois – vai ter que ler o post e a Parte 2 até o final, colega.

Começamos por San Diego. Desembarcámos numa manhã sem sol, com a temperatura na casa dos 21 graus Celsius (o que pra mim estava ótimo, afinal estamos no inverno por aqui), fomos direto para a locadora onde um carro previamente reservado nos aguardava. Obviamente, o carro previamente reservado era pequeno demais para a quantidade de malas da família (5 malas e uma mala de mão). Nunca na estória de nossas viagens um carro serviu de primeira aos nossos propósitos. Não quero falar de quem é a culpa, mas alguém (?) sempre insiste em alugar um carro fora dos padrões de realidade familiar. Conclusão: precisamos trocar o carro por um maior – como sempre – tem coisas que nunca vão mudar e, essa é uma delas.

Em San Diego fizemos alguns passeios recomendados tipicamente de turista, uma chuva chata nos impediu de ver o famoso por do sol em La Jolla, mas em compensação tivemos o encontro entre o Beto e seu professor de hugby da época da escola, numa legítima pizzaria gringa, com direito a pizza de camarão e pimentão, sim, isso mesmo que vocês leram, camarão e pimentão. Eu achei bem diferente, pra não falar outra coisa ou ser deselegante com tamanha gentileza, mas essa pizza por aqui eu tenho certeza que não vira moda, não.

Porém, todavia, contudo, este será um relato muito mais comportamental, do que uma dica de viagem propriamente dita, se bem que, viajar em família – leia-se com um adolescente de 21 anos (sim, eu li a pouco que a adolescência nos dias de hoje vai até os 24 anos e, eu concordo totalmente com esta afirmação, seja ela de quem for) e uma adolescente de 18 anos do sexo feminino (não quero estigmatizar a diferença de gêneros, ainda mais eu, sendo uma feminista de carteirinha, mas devo confessar que nesta idade (lá em casa), as coisas são, como eu posso dizer, mais dramáticas).

Portanto, quer dica melhor do que esta?!

Esse é um relato de sobrevivência na selva, acima de tudo. Se a sua família vai sair para as férias, leia este post. Altamente recomendado aos pais de adolescentes.

*Primeira dica: valiosíssima, não se iluda, não importa a idade no documento, seus filhos vão se comportar como crianças de 5 e 7 anos de idade dentro do carro, vai ter briga, bullying interno, discussão, inúmeros pedidos inapropriados durante a viagem ” Mãe, quero ir no banheiro, pode parar agora?!”– Claro, estamos no meio do nada “Pai, falta muito?!” – Falta, não enche o saco “Tô com fome, podemos comer no Mc Donald’s?!” – Não! pergunta idiota, tolerância zero como diria o bordão do saudoso Francisco Milani. Enfim, as coisas não mudam e a nossa paciência corre solta, como sempre.

Voltando para a cidade de San Diego, não sei se captei a vibe correta do lugar, mas achei tudo meio estranho. A quantidade de maluco beleza por metro quadrado era impressionante, o cheiro de maconha dava um barato enjoo, sério, fiquei hospedada no centro e, por lá, a grande maioria dos passantes preenchia essas características. Logo de cara um deles jogou uma garrafa de água pro alto, em plena CVS e saiu blasfemando contra o ar, outro me olhou e pediu pra eu jogar o papel dele no lixo, já outro, conversava com a parede. Nada contra os malucos belezas, pelo contrário, tenho uma grande simpatia por eles, mas naquela cidade achei em excesso. Não sei se um dia volto lá, quem sabe mude de ideia, posso estar redondamente enganada na minha avaliação, mas foi essa a sensação que eu tive. E, isso não quer dizer que não gostei do lugar, viu?! apenas deixo San Diego na última posição do ranking desta viagem em família.

Dia de pegar a estrada pela primeira vez. Destino: Los Angeles, mais precisamente em Santa Mônica. A viagem foi tranquila, afinal 2 horas de carro, a gente se aguenta numa boa. De cara, eu amei o lugar e a vibe.

O nosso hotel era muito charmoso, sabe aquelas construções de madeira branca de filme de Hollywood?! quem assistiu Something’s Gotta Give (Alguém tem que ceder) pode ter uma noção, porque se parece muito, inclusive com os detalhes em azul. Ele fica na frente da praia, apenas 5 minutinhos do famoso Pier. Por isso, nosso primeiro passeio foi alugar uma bicicleta e sair pedalando até o Pier e suas imediações. Eu e Beto fomos abandonados pelo nosso casal “cansado” de filhos, logo na metade do passeio. Seguimos em frente, continuamos pelo calçadão até chegar em Venice Beach, aproveitamos para tirar fotos, filmar, namorar, aliás fizemos tudo sem a censura prévia dos nossos inquisidores – podem reparar em breve no vlog que eu vou soltar aqui – quantas vezes (principalmente, a minha pessoa) é, censurada por eles. Pronto falei.

Beto & LuMich ☀️? • • #venicebeach #losangeles #crazybeach

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Nesse hotel ficamos em quartos separados, apesar de preferirmos (mesmo com os filhos grandinhos), ficarmos em quartos conectados, afinal qual é a graça da bagunça na hora de dormir, de sentar todos os 4 na mesma cama para assistir um filme ou nossos shows/documentários preferidos nos Estados Unidos, como o – Forensic Files – apesar de ficar com medo na hora de dormir e achar algumas estórias muito macabras, ou de achar graça dos meninos assistirem o super herói mais improvável de todos os tempos – Daredevil – e, ficar zoando eles sem parar. Qual seria a graça da viagem sem isso tudo, sem esses momentos?!

Aliás, o quesito quarto é um ponto muito interessante durante a viagem. O meu quarto e o do Beto, se você entrar a qualquer hora do dia ou da noite, vai parecer que a housekeeping acabou de sair dele, tamanho o nível de organização. Já, atravessando o outro lado da fronteira, no quarto “das crianças”, parece que ela nunca entrou, tamanho o nível de zona. Devo confessar que isso acontece muito mais por um dos hospedes desse quarto em questão, talvez o(a) mais dramático(a) deles – sou mãe e, não posso entregar filho nenhum – mas de qualquer maneira a zona é generalizada. Roupas espalhadas, bandeja com restos mortais de comida, toalha jogada, Acho que a mentalidade é, tipo assim “Estamos de férias, mesmo, férias de tudo”. Eu sempre olho, sempre dou umas broncas e sempre dou meia-volta. Impossível, não se irritar com a bagunça.

 

F.A.M.I.L.Y. ??T.R.I.P. Do Oiapoque ao Chuí together

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Todos nós gostamos muito de Santa Mônica e seus encantos, mas era chegada a hora da partida. Malas no carro, café da manhã tomado, xixi feito, eu implorei para pararmos no Getty Center, tento convencê-los de todas as maneiras que o lugar é imperdível, afinal ele ficava no nosso caminho, porque não dar uma parada?! Entre tapas e beijos, consigo convencer a galera. Engraçado como quase todos os lugares nos Estados Unidos é um esquema parque da Disney, né?! Estacionamentos gigantescos, monorial pra leva- lo até o seu destino final, simpáticos e eficientes monitores te auxiliando a todo momento, enfim o lugar valeu cada minuto gasto por lá. Uma arquitetura lindíssima, super moderna, instalada no alto de uma colina, com vista para Los Angeles. Obras e exposições dignas dos grandes museus – aliás, vimos uma exposição de Caravaggio – eu, me encantei pelo jardim, que paisagismo único. Ficamos  umas duas horas, e, pra quem não queriam ir, todos acabaram gostando.

Pé na estrada, dia lindo, rota traçada, porém o nosso primeiro imprevisto estava nos aguardando mais na frente. Eu, sou super fã da Oprah Winfrey, ou seja acompanho ela pelo Instagram e suas mídias, agora vocês devem estar se perguntando “E daí?!”. Bom, ela mora em Santa Bárbara, uma das cidades pela qual nós deveríamos passar na estrada. Acompanhem o meu túnel do tempo. Há alguns dias, eu comentei com eles a seguinte notícia “Gente, vocês viram que teve uma avalanche de lama onde a Oprah mora?!”. A pergunta que não quer calar, alguém me deu bola?! ninguém. Pois bem, a estrada para Santa Bárbara estava fechada, sem acesso nenhum, tudo cheio de lama. Demos de cara no bloqueio.

Um simpático policial, nos disse “Daqui não passa”. E, faltava apenas 1 hora para chegar. 1 hora. Ele até foi muito espirituoso, nos falou que a volta levaria apenas umas 5 horas mais ou menos (+ as horas já rodadas, num total de 9 horas na estrada). Isso não deveria chegar a ser um problema, com sorriso nos lábios ele nos disse que, certamente, seria um ótimo momento em família – Spend quality family time togetherconseguem imaginar a cara de todos dentro do carro?! bom, eu tinha avisado sobre o problema de M.U.D. (lama) na casa da Oprah, não me deram bola, meia-volta vou ver.

Ps: o GPS maldito não avisou sobre o bloqueio em Santa Bárbara, apenas o Google Maps, mas já era tarde demais. Não, não estávamos lendo as notícias, nem assistindo televisão, apenas fuçando nos celulares.

Estão vendo a cidade de Santa Bárbara no mapa, sente a volta que fomos obrigados a dar nesse “pequeno” parque chamado Los Padres National Forest. Este era o único caminho possível para chegarmos até, Pismo Beach, nosso destino final naquele dia, tão emocionante e nada cansativo. Obviamente, paramos na primeira cidade que passamos e paramos pra comer alguma coisa. Tivemos muita sorte, achamos um restaurante super aconchegante, com um hambúrguer delicioso. Nesta altura dos acontecimentos, só nos restava tirar sarro da situação, eu mais ainda, afinal eu tinha avisado sobre a lama, mas o Beto (que não me levou a sério) estava bem irritado e mal humorado, então, achei melhor respeitar o estado emocional dele. Contém ironia.

*Segunda dica: “shits happens”, imprevistos numa viagem de carro acontece, então não se esqueça de levar sempre balinhas, água, bolachinha, chocolates, qualquer tranqueira dentro do carro, a gente nunca sabe quanto tempo vai levar na estrada e, como eu já falei acima, filhos serão sempre crianças mimadas e insuportáveis dentro dele. Agora, o pior é precisar dar aquela paradinha, para a bexiga de cada um fazer o seu xixi. Haja paciência.

 

*Não percam, a segunda parte desta aventura comportamental em família, pela California. Nosso próximo destino do dia será Carmel, mas antes aquela paradinha em San Simeon. Será que tinha mais bloqueios?! aguardem os próximos capítulos posts.

Decidimos mostrar a Califórnia para as kids ???? de carro ? a #trip começou por SAN Diego, passou por Los ANGeLes, teve um contratempo por conta das recentes inundações de lama em Sta Bárbara, tivemos que dar uma volta enorme, até chegar a PIsMO BEaCh ? onde dormimos. Hoje, passamos o dia em SAn SImEoN no famoso e único #hearstcastle Agora, seguimos para Carmel ? • • “A Pacific Coast Highway é o nome dado ao trecho da auto-estrada State Route 1 ou Highway 1, a maior estrada costeira da Califórnia, Estados Unidos, que liga as localidades de Dana Point e Oxnard na linha costeira do sul do estado americano, famosa por cortar deslumbrantes paisagens praianas em sua extensão. Em seu percurso cruza desde grandes e médias cidades como Los Angeles e Long Beach a pequenos balneários como Santa Mônica e Malibu” • • #california #beachlover #familytrip #wanderlust #globtrotter #viajandodecarro #viajandopelomundo #travelaroundworld #triptravel #route1 #californiaroute1

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O lado negro de Myanmar

Há 2 anos atrás, eu fui para Myanmar na Ásia. De todos os lugares que eu já visitei, certamente este foi um dos mais encantadores da minha lista. Fiquei completamente apaixonada por toda aquela simplicidade quase ingênua de um povo na sua maioria com feições morenas e franzinos, muito parecidos com os indianos. Constantemente eu era abordada (dentro e fora dos templos), por envergonhados moradores locais que, me pediam para tirar fotos com eles, eu parecia uma espécie rara de ser humano/celebridade pouco vista pelas redondezas.

Eu achava muita graça nisso tudo, porque do mesmo jeito que eu também achava eles diferente de mim, eles me achavam. O meu álbum está cheio de fotos com mulheres, homens, crianças e senhoras de todas as idades e cidades, por onde eu passei. Nunca senti o mínimo sinal de reprovação, pelo meu interesse em fotografar as pessoas de lá. Sempre fui tratada com tanto carinho por eles, inclusive eu até cheguei a imaginar que, mesmo o país tendo uma economia precária – 80% da população é considerada pobre e com poucos recursos – pudesse ser um país feliz e acolhedor para todos, assim como eu estava sendo naquele momento.

Tudo me fez crer que sim. Afinal, historicamente falando, o passado recente de Myanmar foi de um país recluso e fechado, regido por anos de um regime militar duro e autoritário, onde uma militante da liberdade passou anos em prisão domiciliar, até ser uma das mais famosas ganhadoras de um dos prêmios mais importantes da humanidade AQUI – O Premio Nobel da Paz – com esse histórico de luta contra opressão e busca pela liberdade de direitos, eu nunca poderia imaginar que, um dia eu fosse ler manchetes denunciando o massacre da minoria Rohingya naquele país.

"Myanmar pode ser acusado de genocídio"

Confesso, eu tive uma única pista sobre essa perseguição étnica naquela época, quando o meu guia nos contou sobre essa minoria em tom de desprezo. Lembro que eu fiquei incomodada com seu relato, mas eu nunca poderia imaginar as barbaridades que no futuro iriam ser cometidas contra esse povo já tão abandonado e esquecido do resto do mundo.

Quem são os Rohingyas?!

“Eles são conhecidos como “a minoria mais perseguida do mundo”. Os muçulmanos rohingya, que atualmente protagonizam uma fuga em massa de Mianmar para Bangladesh, são vítimas de múltiplas discriminações: trabalho forçado, extorsão, restrições à liberdade de circulação, regras de casamento injustas e confisco de terras.

Há séculos vivendo no território de Mianmar, são considerados um povo sem Estado e não são reconhecidos como um dos 135 grupos do país. No entanto, atualmente há cerca de 1,1 milhão deles na nação sul-asiática, sob condições altamente precárias da extrema pobreza

A lei birmanesa sobre a nacionalidade de 1982 especifica, concretamente, que apenas os grupos étnicos que podem demonstrar sua presença no território antes de 1823, data da primeira guerra anglo-bereber que levou à sua colonização, podem obter a nacionalidade birmanesa. No entanto, os rohingyas vivem em Mianmar desde o século XII, segundo muitos historiadores”.

O que me encantou no povo de Myanmar é exatamente o que eles não aceitam no povo étnico dos Rohingyas – suas diferenças. É muito difícil entender como um povo tão amável, pode ao mesmo tempo se tornar tão cruel. Os Rohingyas são fisicamente muito mais parecidos com eles, do que eu, mesmo assim, fui eu quem despertei um interesse positivo, contra um ódio avassalador contra eles.

Nas fotos acima, visualmente quem poderia distinguir a diferença entre eles?!

Impossível. As diferenças físicas são tão pequenas. Então, como pode haver tanta hostilidade?!

O lado negro do ser humano é sempre o preconceito irracional, ele é capaz de atrocidades inimagináveis. As mulheres e as meninas são sempre as mais vulneráveis nestas situações, são elas quem sofrem as piores violências, são brutalmente estupradas por vários soldados, presenciam a morte de seus familiares e, muitas vezes carregam no ventre a marca dessa vulnerabilidade – muitas acabam grávidas de seus algozes.

N, 17 anos

N estava em casa com seus pais e irmãos no fim de agosto quando ouviu tiros do lado de fora. De repente, dez homens invadiram a casa. Começaram a rasgar sacos de arroz em busca de pertences da família.

Então, os soldados amarraram suas mãos para trás com uma corda e taparam sua boca com uma fita.

Cinco deles contiveram a família, batendo neles com armas. Eles arrancaram as roupas de N e roubaram seus brincos e o dinheiro que carregava consigo. Quando ela tentava reagir, apanhava.

Os soldados jogaram N no chão. Cinco se alternavam para estuprá-la, enquanto outros ajudavam a imobilizá-la.

Os parentes foram forçados a assistir ao estupro. Quando gritava, os soldados os batiam. Acabaram ficando em silêncio durante o ato.

Após a saída dos militares, seus pais desamarraram e lavaram a filha. Ela sangrou por cinco dias.

A família partiu para Bangladesh no dia seguinte. N sentia muita dor para caminhar e foi carregada até a fronteira.

  • Reportagem completa: AQUI

Final de Semana Holístico

Dizem agora que, estamos todos entrelaçados. Esse não foi um final de semana comum, foi muito especial. No começo achei que seria apenas uma imersão de estudos sobre o Coaching Holístico (Terapia Holística), mas foi muito mais que isso, foi profundo e visceral.

Nos reunimos na fazenda do Dr. JouChan Tao – na Serra do Japi. O lugar é um paraíso, MAS não pega sinal de celular. “Vocês podem imaginar isso?! eu, blogueira 24 horas por dia, completamente desconectada”. Quase infartei, tá não infartei só porque já haviam me prevenido desse detalhe tão desagradável.

Já ouviram sobre a fama dos chineses?!

Tudo verdade, eles não param e trabalham sem parar. Essa “chinesada” como o próprio Dr. Jou se refere, não se cansam nunca (mas essa brasileira, sim). Foram dias de muitos estudos, vivências e práticas. Umas me tocaram imediatamente, outras ainda estão sendo absorvidas. Alguns aprendizados precisam de mais tempo pra fazer sentido, pra maturar e pra serem aceitos.

Um desses aprendizados (que eu venho trabalhando) só fez sentido hoje e, por mais que ele seja de uma simplicidade, não é assim tão simples de passar por ele, o sofrimento. Alcançar a nossa paz de espírito e a nossa prosperidade, inevitavelmente, passará pelo sofrimento. Caso eu insista em não aceitar, quem me vence é ele, e, tudo se transforma em ódio. Ódio que cega, que te faz ainda mais refém da sua infelicidade e frustração, aquela que vai te vitimizar pra sempre e tornar você uma pessoa autodestrutiva. Sofrer e crescer.

Por isso, não dá pra sustentar uma esperança ou uma promessa de que tudo vai passar, mudar e melhorar, sem o sofrimento ou sem o esforço – ao contrário do que nos foi ensinado – A esperança acaba sendo apenas uma espera longa. É, viver por algo que não existe e não está ali. Esperar. Uma promessa em vão.

Dura lição, eu sei, mas importante. Isso não significa viver sem a espiritualidade e a fé, são duas coisas distintas. Continuem orando, mas não se apeguem a esperança. Mudem. Ninguém muda por você.

Parece simples esse conceito, mas levou algum tempo pra ser aceito. “Cronos era o rei dos titãs e o grande deus do tempo, sobretudo quando este é visto em seu aspecto destrutivo, o tempo inexpugnável que rege os destinos e a tudo devora. Quando eu me apaguei na ideia equivocada de sentar e esperar pela minha hora, não fiz mais do que prolongar minha angústia. Por isso, colega, corre atrás ou você vai ser devorado por suas crenças.

Não faça como a maioria faz. Não crie recompensas pelo sofrimento como forma de aliviar a dor interna – Não avance sobre a comida, não consuma desesperadamente, não ande com a sua Ferrari acelerando pelas ruas chamando à atenção a sua volta – “Não vai passar a vida criando mecanismos de compensação ao invés de se sentir útil, né?!”. Quando eu me sinto útil eu me transformo, atraio a prosperidade e me realizo como pessoa.

Lições à parte, vamos falar do outro lado desse experiência -as pessoas a sua volta – aquelas que agora, estão entrelaçadas comigo. Minhas roomies foram – Andreia e Kat – dormimos no mesmo quarto. Aliás, fomos e voltamos juntas no mesmo carro. Na estrada, já começamos parte do nosso processo de autoconhecimento, porque obviamente fizemos a nossa terapia feminina. Questões a serem resolvidas ou já resolvidas, as estórias de cada uma de nós sendo analisadas minuciosamente pelas futuras Coacher. Não posso deixar de falar dos meus outros colegas,  das Tanias (T1 e T2), do Ricardo, da Maria Angelica, enfim levo um pouco de sabedoria de cada um deles comigo.

Não sei dizer exatamente o que eu mais gostei durante esse final de semana, talvez as vivências tenham sido mais profundas pra mim, mas as aulas e a convivência não ficaram atrás no quesito importância. Sempre rola uma cerimonia no sábado. O Dr.Jou e sua equipe holística fazem todo um ritual, se apresentam na sua melhor forma entre os vários tipos de arte marcial.

Domingo. Tudo acaba, com muitos abraços e alguns choros, mas não sem aquele ritual final. Usamos espadas chinesas pra isso e nos casamos com a nossa prosperidade. De agora em diante, o sofrimento não nos assusta mais, vamos encará-lo de frente e buscar o nosso propósito de vida. Cheguei profundamente exausta em casa, mas de alma lavada.