Tempos difíceis em que vivemos, não é mesmo?! Todos temos razão e ninguém se entende – minha última postagem no Facebook que o diga – enfim, as relações humanas são complicadas pra cacete, de uma maneira geral e irrestrita.

Escrever é um árduo desafio. Passar a sua verdade e sua opinião sem ofender o outro é tarefa hercúlea. Somos mal interpretados e, corremos o risco do “linchamento” virtual, mesmo quando usamos do nosso direito a livre expressão e a livre manifestação de pensamento. Ok, quer trazer seus contra-argumentos, seja bem vindo, mas não esqueça a sua educação em casa. Não sou obrigada a aturar seu destempero gratuito e grosseiro sobre a minha escrita.

Quem não compactua com seus valores e a sua opinião, deveria ao menos respeitar seu espaço. Somos múltiplos. Não existe unanimidade, até porque, parafraseando Nelson Rodrigues “Ela é burra”. Não acredito em verdade suprema, acredito em empatia e compaixão. Me esforço diariamente pra entender que mesmo aquela opinião mais divergente é fruto de uma bagagem e vivências familiares daquela pessoa. Somos o resultado do que vivemos quando crianças e adolescentes. Portanto, nossas estórias são diferentes.

Agora, vocês devem estar se perguntando e o que o porco espinho tem a ver com todo esse papo politicamente correto?! vou começar minha explicação pela frequência quântica. Estava eu viajando, parei em uma papelaria daquelas que fazem meus olhinhos brilharem, sou capaz de ficar horas olhando os cartões, as canetinhas coloridas e todo aquele universo lúdico. Foi quando eu encontrei no meio de uma prateleira algumas caixinhas de músicas tamanho pétit.

Óbvio, eu até pensei “eu quero”, mas meu impulso foi pensar em algumas amigas. Eu achei que seria uma lembrança meiga, afinal quem não gosta de uma caixinha de música?!

Na volta, assim que eu encontrei com a minha amiga (aquela em quem eu havia pensado na hora da compra), entreguei meu pequeno pacotinho, seu sorriso e sua emoção foram tão grande, muito maior do que a expectativa que eu nutria pelo presente dado à ela, fui eu quem acabou ficando ainda mais surpresa.

Ela olhou pra mim e disse;

 “Você conhece a fábula do porco espinho?!” - 
“Não,Katarinaaa, me conta!!!”.

“Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.
Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.
Por isso decidiram se afastar uns dos outros e começaram de novo a morrer congelados.
Então precisaram fazer uma escolha: ou desapareciam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.
Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram.

Moral da História:

O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e a valorizar suas qualidades”

Lindo, não é mesmo?!

Sem eu saber e diante de tantas outras opções de caixinhas de músicas, eu, justamente escolho aquela em que o significado é puro amor e aprendizado. Isso se chama entrelaçamento quântico.

Na física, sua definição em relação às pessoas é a seguinte – Quando você e seus amigos estão rindo juntos de uma boa piada, não são apenas as suas risadas que estão sincronizadas: suas atividades cerebrais também.

Um estudo da Universidade Aalto e do Centro Turku PET na Finlândia descobriu que quando as pessoas compartilham qualquer forte estado emocional, seus corpos e cérebros processam de maneira similar; eles sincronizaram.

Conviver em bando não é fácil, mas quando radicalizamos nosso discurso, quando a nossa verdade se torna absoluta, a convivência é caótica. Perdemos nosso poder de sincronicidade.

Perdemos nossos amigos…

Ficamos sozinhos

Amigos deixam de ser amigos quando os espinhos ferem, mas todo mundo tem seus espinhos e seus dias de “espinhuda”, ora, não tem como viver sem eles, fazem parte de todos nós. Por isso, vamos usar nossa sabedoria e compaixão, não dá pra perder amigo por conta de ideologias, (claro, exceto ideologias que compactuem com o racismo, o machismo, a xenofobia e por aí a fora).

Aceitar que seu amigo tem seus dias, aceitar que ele não quis te ofender, entender que o que ele disse, fala muito mais à respeito dele do que na verdade sobre você. Não, não é fácil, mas é possível.

Que a fábula do porco espinho, te inspire a perdoar e aceitar um amigo ou a si próprio.

Categorias: Comportamento
Publicado por Lu Mich
Comentários
  1. Kathrin Lunardelli | Responder
    • Lu Mich | Responder

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