Tudo começou assim, pelos clássicos calores ou fogachos. Do começo do ano pra cá, eles se intensificaram, eu confesso que até achei graça no começo, afinal estar na sala de casa, todo mundo assistindo TV com frio debaixo das cobertas e, eu de sutiã me abanando de calor, querendo abrir janela, porta e ligar o ar-condicionado, foi diferente. Típica cena de quem começa a se deparar, com uma palavra até então proibida no MEU dicionário feminino.

Menopausa, mas já?! será?! se eu não tivesse tirado um dos meus ovários em janeiro, jurava que “aquele” calor fazia parte de qualquer condição médica passageira na minha vida. Só que não, alguns outros sintomas davam sinais de que meu organismo estava mudando. Claro, fui bater na porta do consultório da Dra Elaine Dias, minha primeira queixa ainda era sobre o meu peso “Não consigo emagrecer”, certa de que o problema seria por conta da tireóide, precisei fazer um monte de exames de sangue, hormonais.

Engraçado que na hora da abertura da ficha, para realizar meus exames, a atendente me perguntou se eu estava fazendo tratamento de fertilização. Respondo que não (e, bato na madeira).Passado um mês da minha consulta, era hora de levar os resultados dos exames e ver o meu progresso, ou não, né?!

As primeiras notícias foram ótimas, meu colesterol tinha baixado significativamente, assim como a minha tireóide passou a responder super bem ao medicamento, enfim o que tinha que subir estava subindo e o que tinha que descer, estava descendo. Só que de repente, uma ruguinha surgiu no semblante da Dra Elaine, ela começou a falar dos meu hormônios e, eu logo soltei “Entrei na Menopausa?!”.

Sim, eu havia entrado na Menopausa, pela minha idade – 44 anos – ela é considerada precoce. Diante de uma revelação dessa natureza, eu naquele momento só confirmei as minhas suspeitas. Ela me explicou todo o processo e os efeitos, o ganho de peso abdominal passou a fazer todo sentido agora, junto com a dificuldade terrível pra emagrecer, além das minhas oscilações de humor, fadiga, enxaquecas.

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Conversamos bastante sobre os possíveis tratamentos, ainda ficamos de bater o martelo em relação a reposição hormonal, por enquanto vou fazer uso de um tratamento mais natural. Esse é a parte prática  de toda essa questão, agora qual seria a parte emocional dela?! porque no momento da revelação eu não senti nada, nenhuma tristeza passou pela minha cabeça.

Se eu tiver que nomear a Menopausa nesse momento, assim como eu faço na minha terapia holística, onde eu dou nome pra várias áreas da minha vida pessoal e profissional, seria – ALÍVIO – sim, isso mesmo, você não leu errado.

Nós mulheres passamos a vida toda sendo as protagonistas, no quesito prevenção da gravidez, não conheço mulher que nunca tomou um susto, não conheço quem desejasse parar de tomar anticoncepcionais e não o fizesse, diante da dificuldade em contar com o apoio do parceiro, estamos sempre diante de escolhas: usar DIU que libera hormônios, ou DIU que aumenta o nosso ciclo menstrual?! escolhas que supostamente deveriam ser feitas por duas pessoas, se torna responsabilizada de uma. Ok, você vai falar que existe camisinha, sim existe, mas sabemos que muitas de nós precisamos usar mais de um método contraceptivo pra ficar tranquila, isso sem contar com a pressão do parceiro pra deixar de lado o uso da mesma.

Enfim, quem é mulher sabe de tudo isso, sabe dos prós e contras de cada método. Eu engravidei (no susto) muito cedo, com 23 anos, tive dois filhos e fechei a conta. Não queria mais filhos. Sempre ficava com receio, toda vez que a minha ginecologista falava “Se quiser ter filhos é só tirar o DIU, você é super fértil”. Pra muitas mulheres, isso seria música para os ouvidos, pra mim, não.

Agora, diante da menopausa me sinto livre pra NÃO ter medo. Livre pra relaxar, livre pra ter certeza que sexo (agora) pra mim, é só prazer em tempo integral. Meu lado feminista vibra. #Nos40DoSegundoTempo.

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Comentários
  1. PATRICIA DUARTE PEREIRA | Responder
    • Lu Mich | Responder
  2. Elizabete | Responder
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  3. Andréa Oliveira | Responder
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