#Nos40DoSegundoTempo

O dia em que eu conheci ela

Naquela época eu sonhava em ser uma atriz, estudava numa das mais prestigiadas escolas profissionalizantes de teatro de São Paulo, vivia no meio teatral, andava com atores e atrizes aspirantes que, assim como eu tinham um único objetivo: chegar lá.

Eu assistia a todos os tipos de espetáculos que existiam no mercado e no momento, eles eram dos meus amigos, dos meus conhecidos e de atores já estabelecidos.
Eu consumia arte de tudo quanto era tipo, sempre um pouco de cada.

Pois bem, um belo dia sem programa algum pra fazer, passando uns dias no Rio de Janeiro na casa de amigos, recebemos um telefonema – sim, não existiam celulares – com um convite “Vocês querem assistir a peça da Marília Pera comigo?!”, imediatamente eu respondi com um sonoro e excitado SIMMM.

Chovia naquele dia, enfrentamos um trânsito inconveniente, mas chegamos a tempo de assistir a peça, confesso, minha memória não consegue se lembrar do nome da peça e, muito menos de nada do que foi encenado, mas eu acho que eu posso explicar com a segunda parte dessa estória, o porquê desse meu apagão cultural.

Terminada a peça, minha amiga que era atriz, famosa e na época uma global, nos convidou para irmos ao camarim da diva, éramos 3, mas apenas eu e minha amiga atriz fomos. De frente pra porta do camarim, minhas borboletas já invadiram meu estômago, eu, uma estudante de teatro iria conhecer uma das atrizes mais importantes deste Brasil, uma diva.

De repente a porta se abriu, nós entramos, e, eu vivo a seguinte cena – minha amiga me apresenta, Marília Pera que sorri e nos cumprimenta afetuosamente, enquanto ela do outro lado da sala nos observa – eu sigo em frente num misto de alegria e pânico, paro em frente a ela que, com todo carinho me cumprimenta com dois beijos, um de cada lado do rosto (cariocas dão dois beijos, que sorte a minha).

Todas nós nos sentamos e, passamos a conversar, obviamente eu não me lembro do conteúdo da conversa, meu estado emocional era de uma pessoa que acabará de receber uma notícia impactante, uma confusão mental generalizada, não consegui emitir uma frase completa, mas me lembro da sonoridade daquela conversa…

Eu fiquei inebriada por ouvir aquela voz, aquele timbre tão íntimo pra minha pessoa, bem ali na minha frente, afinal eu passei a vida assistindo essa mulher na televisão, nos palcos e no cinema. Ela, era Fernanda Montenegro, a grande dama do teatro brasileiro, (ela não gosta desse título), mas como apresentá-la?! como mostrar sua grandiosidade artística?!

Enfim, essa semana ela completou 90 anos, ativa, ativista, atualizada, moderna. Minha experiência foi surreal como naqueles filmes de Fellini, acontecida durante meu passado teatral, não foi fotografado e muito menos foi registrado, ele foi apenas sentido em toda a sua profundidade e sensibilidade.

Me senti antes e, continuo me sentindo agora, uma sortuda privilegiada por ter ouvido Dora, Charlô, Olga, Zazá, Bia Falcão, conversando com Sueli, Madame Claude, Milu, Catarina, Darlene, entre tantas outras personagens desta dupla de atrizes que me faltam adjetivos para expressar a importância de cada uma delas na história da cultura nacional, todas juntas, ao momento tempo, agora.

Parabéns Fernanda!!!

LojaXconceitoXgaleria

CHOIX, é o nome dela. Uma mistura diverdita de loja, moda, tecnologia, música, arte, design e o que mais vier.

Seus produtos são exclusivos e vale uma visita — essa é a dica do DQZ pra começar a semana.

E o que você pode encontrar na CHOIX?! Dá uma olhada no que separamos pra vocês.

André Lima e sua linha resort para CHOIX

Busto de Unicórnio da dupla de artistas Daniela Souza e Caio Medeiros F.

Viajar sem dramas?! só com o super Luxe City Guides que tem as hot tips de viagens.

Depois de ser aprovado por 30 Top DJ’s a dinamarquesa AIAIAI lançou o headphone TMA-1

A nova exposição da loja conceito

A loja CHOIX

Rua: Artur Ramos, 181 esquina com Araçari

(11) 26494265

Fotos: CHOIX

Postado: LuMich

Eu, Gala e Dalí

Ontem foi dia de conhecer o Museu Dalí, em Figueres, que fica a cerca de uma hora e meia de carro saindo de Barcelona — isso se você não for no carro da Mariana, aí a viagem dura bem mais.

Logo na chegada, a impressão é a de que estamos prestes a entrar num museu diferente de todos aqueles que geralmente estamos acostumados, o prédio é um teatro do século XIX que foi destruído na guerra civil espanhola.

Dalí  decidiu criar seu próprio museu neste local por três motivos: o primeiro porque nada mais sólido do que deixar seu legado na própria cidade onde nasceu, segundo porque o prédio fica em frente à igreja em que ele havia sido batizado e, por último, porque foi exatamente neste prédio que ele fez sua primeira exposição.

Não sou uma profunda conhecedora de arte para dar explicações críticas sobres as obras, mas arte para mim está muito mais ligada ao quanto você é tocada e envolvida por ela, e as obras do mestre surrealista fizeram isso comigo…

Endereço:

Gala-Salvador DalàSquare, 5
E-17600 Figueres
Tel  +34 972 677 500
www.salvador-dali.org

Logo na entrada, me deparo com essa tela gigantesca

Nunca tinha visto uma Pietá tao dramática

Essa instalação, se é que posso chamar assim, é simplesmente genial

Do alto, Gala nos observa a todo instante

Assim como Picasso e tantos outros, Dalàtambém fez a sua versão do quadro de Velazquez, “As Meninas”

Fotos: DQZ – Museu Dalí