Era uma vez uma aspirante a princesa, Eu. Desde muito pequenininha, não digo apenas pela idade, mas também pelo tamanho. Sempre fui a primeira da fila na escola – em alguma coisa nessa vida, eu tinha que ser a primeira, pelo menos – ou seja, vocês podem imaginar meus apelidos, eram eles: Lu baixinha, Lucianinha e outros que hoje, certamente seriam considerados bullying, por isso vou me poupar deles.

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Continuando minha caminhada ao castelo mais próximo, fui direcionada para algumas atividades “de menina”. Me colocaram no Ballet Clássico, eu até levava jeito, mas não suportava aquela rigidez toda, detestava aquele maldito coque diário, que repuxava o meu cérebro todo para trás, de tanto que precisava ser milimetricamente perfeito. As aulas eram um tédio sem fim, longas e intermináveis, brincadeiras durante elas nem pensar, o castigo era imediato, repetir o “demi plié e o grand plié” quinhentas vezes, tomando varinha na bunda, do simpático professor.

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Traumatizei, fugi do ballet. Preferi as brincadeiras de rua, aquelas onde eu saia correndo atrás das outras crianças, eu adorava ser o bandido do polícia e ladrão, agora vejam vocês até na hora da brincadeira, o gênero sobressaía, bandida não rolava. Outra atividade que me trazia muita diversão, era ser a gandula do meu irmão para seus treinos de basquete no quintal de casa, ele fingia que me ensinava a jogar e eu servia como barreira, ainda que minúsculas.

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Continuaram insistindo na minha preparação, dessa vez fui parar na ginástica olímpica, durou pouco, apesar de ser imensamente mais agradável do que o ballet, ficaram com medo de eu ficar ainda mais baixinha, migrei para a natação como consequência. Nos dias frios aja dedicação, eu tentei cabular algumas vezes, outras vezes eu inventava dores de barriga e dor de cabeça, finalmente fui salva, meu tempo com a natação havia acabado. Uffa.

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Agora, princesa que se preza precisa de um “Book fotográfico”, afinal como espalhar tanta beleza, sem ele?! Lá fui eu, uma princesa toda enfeitada, toda arrumada para o dia das fotos. Passei o dia sob os holofotes de uma câmera, não foi fácil, a princesa aqui ficou muito envergonhada no começo, mas se saiu muito bem, obrigada. Primeiro desafio, levar o tal book para a agência de modelos, coisas de princesa. Além do fato consumado, faltar uns centímetros para a minha carreira deslanchar, faltava perder uns quilinhos, foi isso o que eu ouvi, se quisesse começar a pensar seriamente nessa vida. Detalhe, naquela época eu pesava menos do que uma criança de 10 anos – eu tinha 17 anos.

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Como princesas nunca desistem, entrei e sai de outras tantas atividades, finalmente cheguei na faculdade, dessa vez a escolha foi totalmente minha, seguir a carreira de socióloga era minha meta. Porém, no meio do caminho havia o teatro, havia o teatro no meio do caminho. Me dividi em duas, até que meu coração pendeu pro drama, porque será, hein?! fiz teatro amador, entrei em uma companhia, gravei comercial e, pra encurtar essa estória, de princesa mudei pra blogueira, falo de beleza, mas não essa inatingível, irreal, falo do possível, conto as minhas aventuras pelo mundo, minhas viagens por países e culturas tão díspares da minha, mas que me encantam sempre. Trato de imagem, como consultora, minha missão é empoderar uma cliente, trazendo seu potencial à tona.

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Daquela aspirante a princesa (que bombou na escola), sobrou apenas a liberdade de continuar procurando o que me faz feliz. Não espero mais pelo dia que o príncipe entre pelo campo, montado em um cavalo branco para me salvar, esse negócio de princesa é um grande saco e quer saber?! Eu mesma sou a minha salvadora…no fundo, eu sempre soube.

* Dados Super Interessante 

Gif: Reprodução