#Nos40DoSegundoTempo

Carta à minha filha, Cora

Temos tantas maneiras de fazer uso do nosso direito de fala neste dia 08 de Março que, às vezes não sabemos ao certo de onde começar, por isso vou começar do começo, do ponto de partida, do momento em que você nasceu.
Sou sua mãe, sou mulher assim como você, e, tenho expectativas (algumas reais, outras nem tanto), em relação ao seu futuro, como todas as mães desse planeta.

Parir uma menina, tem uma responsabilidade ainda maior – não falo em termos de amor – falo em termos de igualdade.

Desde sempre, a cada dia, me corrijo e me policio para não repetir o machismo intrínseco que me foi passado por gerações, a cada conflito entre você e seu irmão, procuro analisar se agi por impulso, justiça ou puro machismo. Sou uma feminista em desconstrução, por isso meus antigos hábitos, por vezes me enganam, me dão aquela rasteira marota, o costume é como um vício à espreita.

Fazer de você uma mulher, vai muito além do velho clichê, ele esbarra com a dura realidade da nossa sociedade. Lutar por inclusão, por igualdade e por respeito ✊ é o meu norte, passar esse legado pra você de uma maneira equilibrada, assertiva e justa, é a minha meta.

Eu não te transformo, é você quem se transforma através dos meus exemplos e dos exemplos da sociedade, por isso reflita até onde eles se encaixam nas suas verdades. Não abandone um sonho pelo seu gênero, não tema a fala agressiva da falsa superioridade deste mesmo, e, principalmente nao recue, siga sempre em frente.

Hoje, as questões sobre o feminino e feminismo estão a nossa disposição, se você pode mais, reconheça seus privilégios e tenha empatia pelas mulheres que não os tem. Lute por elas, por nós e por você. Não esmoreça se parecer difícil, tome um fôlego e continue…o mundo precisa da mulher que vive dentro de você!

Mamãe

Quando a gente se une!

Desde que eu comecei a estudar e me aprofundar mais nas questões sobre o feminino e a terapia holística, eu passei a acreditar cada vez mais no entrelaçamento quântico entre as pessoas. Não à toa, a gente esbarra com uma pessoa que acabamos de pensar apenas algumas horas depois ou recebemos uma mensagem de alguém a quem estávamos prestes a fazer o mesmo, não é mesmo?!

Há quem chame isso de coincidências do destino, eu prefiro dizer que são as ondas mentais, entrando na mesma frequência. Sempre acreditei que a união faz a força, que um coletivo feminino é estranhamente poderoso, na prática as minhas experiências sempre foram muito ricas a ponto de mexer com vários paradigmas meus. Elas, sempre foram boas e me deram muita experiência, recentemente eu descobri o quanto elas são poderosas internamente. É, verdade, eu já fazia parte de alguns grupos de mulheres, tanto pela internet quanto alguns grupos de amigas ou outras parceiras, todas ligadas pelo mesmo propósito: incentivar e ampliar as conquistas femininas. Então, experiência com mulheres sempre houve. Dessa vez, a experiência foi um pouco diferente, um petit comitê de 5 mulheres.

Inclusive, eu criei o projeto #Nos40DoSegundoTempo { AQUI } que está criando asas a cada dia, tenho ótimas perspectivas no horizonte e em breve, teremos o nosso segundo evento para nós mulheres.

Meu universo feminino conspira a meu favor.

Diante de todas essas conquistas particulares, frutos do meu autoconhecimento, eu passei a um segundo estágio, o de  me desnudar por inteira, eu venho trabalhando dessa maneira há algum tempo. Isso vem me levando à constantes descobertas, insights e aprimoramento (com afinco) nas mudança das minhas sensações negativas, afinal elas devem estar em alinhamento com a minha narrativa. Nada adianta narrar um sentimento, se eu sinto de outro jeito. Vejo com frequência nós mulheres sentirem de uma forma e externarem de outra.

As dores são perturbações da mente

Foi aí que a união faz a força. Diante de tantas aulas, muitas dúvidas e uma enorme curiosidade em desvendar os mistérios do nosso subconsciente, decidimos criar nosso grupo de estudo/terapia. Pode parecer ousadia da nossa parte, afinal estamos em formação, mas desde que começamos só tivemos momentos extremamente enriquecedores e, eles mostraram o quanto está valendo a pena essa união. O trabalho é árduo, o que se vê na ponta do iceberg pessoal de cada uma de nós é só uma pequena parcela do que se encontra por debaixo dele, nossas memórias são seletivas, elas escondem o sofrimento e a dor aparentes, mas não deixam de se manifestar no nosso dia a dia, muitas vezes em forma de doença. Por isso, essa reforma interna e tão intima faz com que, a gente passe a reconhecer o nosso valor e se livre da culpa.

  • Mente consciente = a existência
  • Mente subconsciente = o arquivo das nossas crenças
  • Mente Inconsciente = a memória implícita/explícita

Tapar o sol com a peneira nunca foi muito eficiente, não é mesmo?! então, se deparar com quem você realmente é de verdade sempre será a melhor saída pra sua autoestima. Valorizar o seu lado bom, perdoar o seu lado não tão bom assim, enfrentar suas limitações de frente, tentar superar seus medos de peito aberto e, no meu caso ver o que a chegada dos 40 anos está me proporcionando de bom, e aceitar o que tem de ruim, sem me tornar uma vítima da idade muitas vezes estigmatizada, criando uma estratégia mental a meu favor.

Recomendo MUITO que nós mulheres criemos pequenos grupos entre nós, quantas vezes temos problemas e não temos recursos para buscar ajuda de profissionais, cada uma de nós tem sempre um pouco pra passar, pra ensinar ou apenas para amparar. UM abraço apertado muitas vezes basta pra mudar o nosso humor e criar esperança aonde não se tinha mais.

Não costumam falar que nós mulheres não sabemos ser amigas umas das outras?! que a inveja e a intriga rola solta?! essa foi a maior crença coletiva inventada na história até hoje. Crescemos e ouvimos essa ladainha. Ok, o mundo não é cor de rosa, mas também não é 100% traiçoeiro. Dá mesma maneira que, a nossa mente encontra “sem querer” aquela pessoa, podemos fazer o mesmo com nossas amizades. Encontrar amigas que estejam na mesma sintonia que a nossa e, se for o caso desapegar de amizades antigas que não acrescentam mais nada, pode ser o caminho pra nossa liberdade. A vida é feita de ciclos, as amizades também são assim.

Muitas mulheres me ensinaram muitas coisas, mesmo aquelas que me fizeram sofrer. Acredito que eu também fiz o mesmo tanto para o bem, quanto para o mal, com outras tantas mulheres, mas não é porque existe  “uma fama” entre nós mulheres que, não exista a união verdadeira. Somos muito melhores que as fofocas e as intrigas criadas. Somos mulheres e amigas. Nossa evolução está atrelada a novos horizontes, novas “famas” e mudanças de conceitos pré-estabelecidos. Por isso, eu sempre vou acreditar: A união faz a força!