#Nos40DoSegundoTempo

Falta 1 mês…

Todo ano é a mesma coisa, o verão vem chegando e, eu vou entrando na linha. Começa aquela vibe do corpo perfeito, das minhas dietas mirabolantes, das chamadas sensacionalistas (adoro), enfim tudo conspira a favor da nossa autoestima, sim, porque nessa época do ano é, só o que tem de mais importante na face da terra – adquirir o corpo perfeito.

As revistas especializadas e outras mídias em geral, tratam da chegada do verão como um evento único no mundo. Por isso, aqui vai um conselho – se você tem celulite e seu corpo está longe do ideal fitness, se esconda, use burca, mas não cometa a sandice de ir à praia de biquini – nunca, amiga. O corpo perfeito não é feito de imperfeições, sorry, ele é devidamente talhado sob a disciplina de muitas horas de treinos diários e muita dieta a base de whey protein, como eu faço sempre.

Eu simplesmente esqueço dos prazeres mundanos da vida. Aquele boteco de quinta-feira a noite cheio de frituras e muita cerveja gelada, não vale as minhas calorias, vão por mim. Afinal, o que é o prazer em devorar uma coxinha de frango com catupiry, seguida de um bolinho de bacalhau, finalizando com uma linguiça calabresa em troca de uma barriga sarada?!

Andar na praia sem canga – eita, frase clichê – é o melhor dos mundos, coleguinha.

A liberdade de vestir uma roupa sem que as dobrinhas fiquem esmagadas é surreal de maravilhoso. Então, se o verão se aproxima, deixe de lado todas as comemorações de confraternização Natalinas e afins. Foque. Continue firme com os seus treinos e com a sua dieta de frango ressecado desfiado e batata doce.

Antes de ser xingada, esse texto contem ironia em alto grau.

Continuando...

A recompensa valerá cada festa perdida, cada sobremesa rejeitada, cada gin tônica recusada, cada vontade reprimida e, quando o verão chegar…desfile pela praia como se fosse a garota do Fantástico. Você merece, afinal deixou de lado tudo de bom que a vida tem só para desfrutar desse momento mágico.

Se você tiver sorte, suas férias do trabalho podem chegar naqueles preciosos 30 dias pelo qual os trabalhadores do Brasil tem direito, agora se o seu chefe gostar muito de você, talvez ele deixe você tirar apenas 15 dias, mas não importa serão 15 dias na praia sem canga, se bem que, no ultimo verão choveu em alguns dias e, eu não consegui ir à praia todos os dias, portanto se eu tiver sorte acho que esse ano consigo desfilar por uns 10 dias.

Fazendo as contas aqui – detesto matemática, mas vamos lá mesmo assim – se eu desfruto uns 10 dias de verão e mais uns outros feriados aqui e acolá, chegando numa média de uns 20 a 25 dias de praia todo ano, isso quer dizer que minha coleção de biquinis apenas será usada (pra arredondar) 1 mês durante o ano. Como eu não tenho casa na praia, essa média faz todo sentido. Isso me faz chegar a conclusão de que, o resto do ano todo (11 meses), eu não uso a porra do biquini, mas me mato todo esse tempo por conta de alguns dias, é isso mesmo produção?!!!

Quer saber de uma coisa, eu quero que esse corpo perfeito vá se F*$#@. Eu não vou deixar de aproveitar 11 meses durante o ano me podando de todos os prazeres gastronômicos do mundo por uma bundinha sem celulites e uma barriga com gominhos. Não, eu não estou com inveja, admiro quem consegue, quem tem essa disciplina interna, quem sucumbi ao paladar, quem treina todo dia de manhã feliz e contente, quem tira todo carboidrato da alimentação, quem faz disso uma filosofia de vida, MAS isso não serve pra mim. Posso ser a garota do Fantástico do mesmo jeito, imperfeita, com barriguinha, celulites e bunda caída.

Não estou fazendo apologia para uma vida sem saúde, 

estou falando de diferenças.

Por isso, essa pressão tão exagerada e muitas vezes cruel, com quem não tem um corpo perfeito – principalmente nessa época do ano – deveria ser controlada, ou melhor não deveria existir. Cada pessoa tem um corpo único, isso significa que, basta para entrar no verão de corpo e alma. Ter um corpo é o suficiente. Podemos ter senso de humor quando se trata do nosso próprio corpo, o que não podemos é ter preconceito com ele e com o dos outros.

As mudanças no meu corpo – dos 20 aos 40

Eu sempre ouvi as mulheres mais velhas, falarem sobre a maldição da “tal mudança” no corpo feminino, quando chegamos a determinadas idades.

A bem da verdade, essa maldita maldição existe, provando que a lenda é verdadeira. Ou seja, sinto muito, minhas queridas infato-juvenis, mas a sua hora também vai chegar, não têm escapatória – pequena pausa, seguida de uma risada maligna. A minha calça jeans era número 34, só para constar.

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Aos vinte anos está tudo numa boa. Eu que engravidei com 23 anos, voltei ao meu peso e shape num piscar de olhos. Voltei a usar a minha calça jeans em poucos meses. Já, na minha segunda gravidez, aos 27 anos, a coisa deu uma meia-degringolada, a barriga parecia uma geléia que insistia em não voltar pro lugar. Precisei aumentar um número a minha calça jeans.

Conclusão: no ano seguinte me submeti a uma lipoaspiração. Infernizei tanto o meu marido pra fazer essa coisa, chorei todas as pitangas possíveis e imagináveis, até que ele não aguentou mais ouvir os meus apelos diários para voltar a velha e boa forma. Liberou.

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Querem ouvir a conclusão de número 2?! sim, óbvio que vocês querem! não adiantou p**** nenhuma. Tremenda frustração e dinheiro desperdiçado. Não consegui ver diferença do antes e do depois, tá bom, até que diminuiu um pouquinho, mas pra cair na faca e só melhorar um pouco, é muito sacrifício.

Seguimos adiante para a casa dos 30 anos. Nessa época eu passei 3 anos morando fora do país, mais precisamente em Nova Iorque. Minhas tarefas domésticas e minhas tarefas de estudante da FIT não me permitiam fazer mais nada, era pouquíssimo tempo livre para dar uma escapada até o YMCA da cidade, fora a falta de coragem de malhar no frio, e que frio. Passei um período sem calça jeans, só usando calça de alfaiataria de lã.

Conclusão de número 3: meu manequim pulou do XS para o SMALL, isso foi irreversível. Não voltei nunca mais a usar este número de manequim.

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A cada aniversário de 30 e poucos, a coisa começava a ficar mais sofrida (mais apertada). Mas, tudo mudou quando eu voltei para o Brasil, consequentemente para a ginástica, peguei pesado na musculação e na dieta. Acredito, ter chegado no auge da forma física. Voltei a usar manequim 36 e a calça jeans não apertava mais.

Depois vieram os 40. Dificuldade master para perder um simples quilo. Dei uma bobeada, soltei o freio, comi muito e quando percebi tinha engordado BEM, tipo pulei dos 50 quilos para os 58 quilos. As roupas foram o meu alerta, estavam ficando muito apertadas, tava feio. A calça jeans que nessa época era número 38, estava querendo pular para os 40.

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Conclusão: Resolvi agir. Comecei a correr, mesmo a contra gosto num primeiro momento, mas tive a sorte de entrar para uma aula de corrida, com um professor alucinado que faz a gente sofrer, mas que vale cada suor do meu esforço.

Sobre dieta, essa é a parte mais complicada do negócio. Detesto ficar impedida de comer qualquer coisa, odeio esse lance de nutricionista de empurrar aquelas comidas sem gosto (que obviamente eu vou largar mão), por isso aprender a me controlar e entender o que me engorda e o que me emagrece, é uma árdua tarefa.

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Mas, confesso, dessa vez precisei da ajuda de um endocrinologista, precisava de um start desesperadamente, algo que me desse ânimo pra lutar contra a balança. Eu tive e voltei a vestir a calça jeans número 36, porém de agora em diante é por minha conta e risco.

Geralmente, quando eu volto das minhas viagens, engordo no máximo 2 quilos, dessa vez foram 3 quilos ~ alerta vermelho ~ voltei correndo pra academia, literalmente, para as minhas aulas de musculação e estou em pleno DETOX.

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Um dia inteirinho tomando muito suco e quase nada de comida. Optei por esse processo, um pouco radical para mim, porque às vezes não dá pra fugir da raia. Tem que fazer um sacrifício de vez em quando.

Última conclusão: apesar da idade atrapalhar os meus planos de me manter sempre em boa forma física, quando ela, a idade me irrita muito, eu simplesmente dou as costas e visto a minha calça jeans de sempre.

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Gifs: Reprodução