Se não fosse a mais pura verdade que em pleno século XXI, logo ali na zona leste de São Paulo, onde a polícia havia libertado um grupo de bolivianos trabalhando de forma análoga ou seja escrava, tudo não passaria de uma novela da Gloria Perez sobre tráfico humano.

Pra quem pensa que isso só existe na ficção ou nas novelas de Glorinha, ledo engano.

O fato aconteceu durante a mais importante semana de moda do país – a SPFW.

A ironia do destino é que o grupo GEP responsável pelo primeiro desfile da temporada, o da Cori, foi também o responsabilizado pela oficina clandestina, onde o grupo de costureiros bolivianos foram encontrados trabalhando em condições contrárias ao estatuto do trabalho.

Enquanto você paga por uma peça comprada dentro da loja um bom dinheiro, já um escravo é “pago” mensalmente pelo valor de R$350,00 reais, vivendo em condições precárias, trabalhando jornadas exaustivas de 11 horas por dia de trabalho.

Qual a lógica desumana dessa equação?!

Azar o seu que nasceu boliviano e teve que vir para o Brasil ganhar a vida, ou até quando vamos comprar e permitir que a indústria da moda aceite esse tipo de tratamento escravo?!

Você que desfilou com seu novo outfit confeccionado sabe-se lá por quem e em quais condições, vai fingir que não ouviu falar nada sobre o fato e com tranquilidade vai ligar a tv para assistir a mais um capitulo de Salve Jorge?!

Isso é Glamour?!

Como se diz no meio fashionista #ficaadica

A seguir a cobertura da TV Folha sobre o caso dos bolivianos.

 

O grupo GEP soltou uma nota de esclarecimento AQUI alegando desconhecer o fato, mas que assumia prontamente a responsabilidade sobre a indenização do grupo.

Vídeo: TV Folha e Foto: Reprodução