#Nos40DoSegundoTempo

Eu me visto pra mim

A grande verdade é a gente nasce e, já começa a se vestir para/pensando nos outros, por isso eu começo este post logo de cara com uma pergunta “Pra quem você se veste?!”Me responde no final, OK?!

Vamos lá: nasceu (Eu) uma menininha e com ele o mundo cor de rosa surge com toda a sua fúria, contraditório afinal, essa cor nos remete a “romantismo, ternura, ingenuidade e está culturalmente associada ao universo feminino. Aliás, outras características como beleza, suavidade, pureza, fragilidade e delicadeza manifestadas pela cor rosa, geralmente, são também atribuídas às mulheres”, ou seja já nascemos condicionadas a uma única cor. Catzo, quantas cores existem na natureza?! milhares. Somos obrigadas a focarmos em apenas uma. Não adianta me dizer que as coisas estão mudando (eu até acho que estão, Thanks God!!), mas eu nasci a 10.000 mil anos atrás, ou seja naquele tempo o mundo de uma menina era rosa e do menino era azul. Ponto final.

Diante desta obrigação “contratual” do sexo feminino, minha infância foi puro rosa. Quando eu cresci mais um pouco e fui entrando na adolescência, obviamente passei a vestir outras cores, ufffa – estava na hora de ser mais moderninha – mas aquele rosa estava sempre lá, a espreita como uma lavagem cerebral, por isso, eu sempre acabava escolhendo algum acessório dessa maldita cor. Devo dizer que minha progenitura não me obrigava a vestir rosa desde o amanhecer até o anoitecer, mas essa era a cor de menina e, o meu jeito de ser era fofo demais para as outras cores. Não venha dar risada, eu sou uma leonina romântica, oras.

Lembro que éramos 3 meninas no prédio, em que eu morava: Eu, Carola e Déia. Um belo dia resolvemos comprar uma pochete igualzinha para cada uma de nós (auge da moda dos anos 80), mas de cores diferentes, adivinhem quem ficou com a rosa?! Eu, claro. Tudo na minha vida era rosa. A canga das minhas férias em Arraial D’Ajuda, os enfeites do meu quarto, a bolsa que eu usava, o tênis que eu calçava e, assim eu seguia a minha “maldição” rosada.

Pois muito bem, virei uma jovem mulher, definitivamente o rosa estava meio over naquele momento. Passei da doçura do rosa para a elegância do preto; “associado com o poder, formalidade, morte, mal, e mistério. O preto é uma cor misteriosa associada ao medo e ao desconhecido”. Eita, que mudança radical. Da menina angelical à misteriosa mulher.

Definitivamente, se eu analisar minhas escolhas elas estão relacionadas muito com o “gosto alheio”, de uma maneira bem simplista, a gente começa a se vestir influenciada pela nossa mãe, onde as nossas necessidades afetivas permanecem em nós. Quando crescemos, passamos pela influência da moda, aprendemos com Ms.Chanel que o little black dress (pretinho básico) é sinônimo de mulher bem vestida, passamos a investir nele como loucas. Quem aqui não fez uso dessa máxima do pretinho básico, hein?!

Na sequência da transformação da vestimenta feminina, eu preciso pontuar a seguinte frase “Mulheres se vestem para mulheres”, acho totalmente verdadeira essa frase, eu mesma me vesti muito para as mulheres como forma de autoafirmação. Nada de gosto pessoal, era pura competição. Difícil admitir, mas é a pura verdade. Se uma peça entrava na moda e todas usavam, eu ía atrás da mesma, não dava pra ficar de fora. Efeito manada, {AQUI} lembram?!

Acho que já fiz muito isso, elaborava a roupa do casamento de uma determinada pessoa, muito mais para mexer com os brios da mulherada do que para me satisfazer internamente. Insegurança e disputa, essas duas andavam sempre do meu ladinho. Certas situações sociais eram verdadeiros tormentos na minha vida, ter a “obrigação” de lacrar era sufocante – como eu não poderia ser a mais bem vestida?! – Hoje, eu vejo quanta energia desperdiçada, mas acho no fundo que é raro a mulher que não tenha passado por essa situação.

Outro caso comum a nós, mulheres é a dúvida em simplesmente se decidir sozinha. Vejo tantas amigas ainda hoje muito inseguras ao se vestirem, elas não confiam nas suas escolhas, precisam sempre do aval de uma outra mulher, uma espécie de código de dependência. Óbvio, é sempre muito prazeroso sair para as compras entre amigas, mas eu falo de uma certa sensação de inadequação, entende?!

O pior dos mundos é você entrar no provador com a amiga e ela não gostar da sua roupa. No fundo você só queria o sim dela, não a opinião verdadeira, não é mesmo, miga?! certamente você vai acabar levando a roupa que não gostou tanto, só porque ela gostou mais ou avalizou a outra peça. Quantas vezes eu já estive nas duas posições?! meu lema agora é o seguinte, se a minha amiga não estiver vestida de palhaça, eu apenas elogio, não é uma questão de falsidade, mas sim solidariedade. É ela quem tem que gostar, NÃO eu.

Com a passagem do meio, fui e continuo me libertando dessas amarras aos poucos. Não sei se essa liberdade só acontece com a chegada nessa idade, talvez sim, talvez não, mas o fato é que só agora, com meus 45 anos é que, eu me sinto muito mais leve e decidida. Não me visto mais para lacrar ou ser a mais bem vestida, isso pode ser apenas a consequência, whatever. Não deixo de vestir o que eu estou com vontade, porque vou me encontrar com fulana e, se essa fulana está sempre nos saltos, aliás ando usando saltos cada vez menos, não me sinto na obrigação de também estar, não estou aqui para competir. Conforto é a minha palavra de ordem, ultimamente.

Eu acho que cada mulher precisa se tornar cada vez mais uma mulher indivíduo, a gente precisa aprender a ceder as enormes exigências do mundo externo. Não dá pra passar a vida toda esperando um SIM no provador. É por isso que, eu hoje me visto para mim. Ok, não vou ficar chateada se eu receber um conselho ou uma dica de amiga, se eu ficar indecisa ou até mesmo receber uma reprovação alheia, somos pessoas de carne e osso, mas minha vontade é a que vai prevalecer acima de tudo, não vou me preocupar em lacrar, vou vestir o que eu gosto. Me encontro totalmente em processo de descontrução.

Se o casamento tiver dress code, ainda assim eu vou do jeito que eu estiver me sentindo bem. Prova disso foi a minha improvisação do último casamento em que eu fui convidada, um dia antes descubro que era para usar calçados confortáveis (coisas de New Orleans). Problema à vista, o único calçado confortável (além do meu tênis) não se encaixava no meu outfit. Na verdade até então, aquela regra de vestido longo com salto alto ainda era parte do meu condicionamento feminino. Mas como parte da minha nova visão de emancipação feminina, eu dei de ombros para os meus antigos padrões, vesti meu sapatinho fechadinho e ultra confortável, sem me importar com outros(as).

Mais um detalhe, eu estava levando um vestido para o casamento que, meu marido não gostava, a princípio quando eu estava fazendo a mala, cheguei a pensar em mudá-l0, mas parei e pensei melhor…“Eu gostei!”, já pra mala.

Agora, você já pode me responder

"Pra quem você se veste?!"

Em casa de ferreiro, espeto é de pau

Dia desses em Nova Iorque, fui jantar com um casal de amigos, ela brasileira, ele americano. Conversa vai, conversa vem, soltei um dos vários ditados populares que eu sou mestra em falar “Em casa de ferreiro, espeto é de pau”, Raul na hora perguntou (I know… o nome dele não se parece americano, mas o cara é gringo legítimo), “O que você falou?!”. Dei risada, eu e a Didi nos olhamos (sua mulher) e tentamos explicar o significado daquilo. Não sei se conseguimos (acho que não), ele entende e fala português (com sotaque) muito bem, mas não sabe obviamente, todas as particularidades da nossa língua portuguesa, como os –  ditados populares – por exemplo.

Por isso, resolvi ser mais didática e dedico este post inteirinho à ele. Olha Raul, o paranauê (1) é o seguinte. Eu anos atrás, me formei em Consultoria de Imagem (aí na sua terra) em Nova Iorque, fiz a famosa e prestigiada FIT/ Fashion Institute os Technology, conhecida pela qualidade de seus cursos. Muito bem, durante todo o processo para me tornar uma profissional, uma das aulas era bem específica, falava sobre “Smart Wardrobe” ou “Capsule Wardrobe”, como a própria palavra de origem inglesa já mostra, se trata de um “guarda-roupas/capsula esperto(a) ou inteligente”.

Na Consultoria de Imagem parte da grade curricular de matérias, justamente é esse “wardrobe“, ou seja, cria-se vários looks com apenas algumas peças de roupas, o objeto é coordená-las entre si, criando uma variedade de opções de looks (com poucas peças de roupas)Mas, pra que falar disso com o Raul, se ele é arquiteto?! justamente, pra ensinar que eu como consultora deveria no meu lado privado, NÃO exagerar no tamanho da mala toda vez que eu viajo. E olha que, pra quem acompanha meu blog sabe muito bem que isso acontece com uma certa frequência. Então, porque raios eu ainda não consigo ser prática?! porque, eu SEMPRE viajo com excesso de roupas?! porque, eu sempre me arrependo em levar roupas que serão pouco usadas ou simplesmente nada?! porque, eu sei que vou passar um baita perrengue (2) na hora de fazer meu check in (por conta do peso) no aeroporto?!

Toda essa ladainha (3) é pra dizer que, criar várias combinações de roupas pra os outros (clientes) é fácil, mas para mim, não. Não adianta, eu não consigo ser “inteligente” na hora de fazer minha mala de viagem, o excesso de roupas durante ela, sempre me deixa muito irritada. O pior é quando eu acabo comprando roupa durante, afinal “pergunta se macaco quer banana?!”(4). Sempre, né?! aí o tamanho da mala só aumenta e a inutilidade de algumas roupas também.

Colocar em prática (no privado) tudo o que eu aprendi é complicado, sempre fico com a sensação de precisar de mais roupa na mala, confesso ultimamente eu até dei uma pequena melhorada (juro). Depois que eu faço a minha mala, costumo voltar umas 15 vezes pra rever minhas escolhas, nisso eu me esforço pra tirar algumas peças de roupa ou sapatos. Nessa última viagem usei uma boa tática, eu mandava fotos das peças de roupas para as minhas amigas, elas em coro repetiam a mesma frase “Tem muita coisa aí, você não vai usar tudo isso”. Pingo, eu tirava mais um pouco. Fazer essa, “consultoria amiga online”, me livrou de alguns quilinhos a mais.

Estão vendo, a importância de uma Consultora de Imagem?! até EU, preciso de uma consultoria às vezes.

Agora, pra não perder a oportunidade didática, vamos à pratica: criar um mala “inteligente” de viagem, se parece com uma receita de bolo. O detalhe mais importante é não colocar muito fermento, caso contrário o bolo cresce demais.

Isso é pura matemática: muito fermento = bolo (mala) grande = arrasa com toda a praticidade da viagem.

Mala de Viagem 

Selecione um número X de peças de roupas.

Para isso, leve em consideração o lugar, o clima, os dias que você estará viajando, além do limite de peso que pode embarcar com você. Se a viagem for durante o inverno (pra mim) eu acho mais fácil, um casaco de cor neutra acaba encaixando com todo o resto. Já durante o verão, a gente quer variar um pouco mais, mas a regra é clara, poucas peças e várias combinações.

Na foto acima, podemos ver esse exemplo. O quadro mostra muito claramente que no caso do blaser amarelo, ele foi usado em 4 combinações diferentes, ou seja a variação é enorme. O mesmo acontece com blusa vermelha, a calça e a saia. Simples assim. A seguir mais sugestões de escolhas e combinações de looks.

Bom, para encerrar este post eu digo ao Raul que, no meu caso “não adianta chorar o leite derramado”, se não foi dessa vez que eu consegui montar uma mala inteligente, não tem problema, afinal “águas passadas não movem moinho”. E, é sempre bom lembrar “a esperança é a última que morre”. Quem sabe na minha próxima viagem, eu não precise abrir as malas dentro do aeroporto, na frente de todos os passageiros, só pra dividir os quilinhos das minhas roupas entre elas…Hum, me veio na cabeça outro ditado popular “Pau que nasce torto nunca se endireita”, será Raul!!!!

 

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(1) Paranauê é relativo a capoeira
Adjetivo para pessoa que domina bem a arte da capoeira
Adjetivo também usado em coisas que não tem a ver com capoeira

“E dos paranauê você manja?”

(2) Perrengue refere-se a uma situação de dificuldade, aperto, sufoco.

“Passei o maior perrengue nessa viagem!”

(3)  Ladainha é uma série de breves invocações, algumas com nítido carácter místico e poético, dirigidas a Deus, à Virgem e aos santos, usadas no culto católico
Figurado enumeração enfadonha; lengalenga

“Ouviu dos pais a mesma ladainha”

(4) É inútil perguntar se macaco quer banana, porque obviamente macaco sempre quer banana

tênis, o último grito da moda!

Ele é o último grito da moda!! Ok!!! exagero da minha parte, mas valeu pra chamar atenção pelo título do post, né?!

Afinal, quer ficar bem na fita?! transado?! e super na moda (pra não dizer, na tendência – essa palavra já deu, né)?! juro que só irei usá-la, quando não achar outra que a substitua. Prometo, minha gente. Pois então, o lance é comprar um tênis branco, pode ser de qualquer marca, mas na minha humilde opinião: os da Adida, são os mais legais e bonitos. Dá uma olhadinha no site AQUI e no modelo do Stan Smith, que sai por R$299,99 reais.

Vou te provar. Na minha última viagem, comprei um Adidas, ele combina com tudo, inclusive com roupas que supostamente não caberiam usar um tênis, como por exemplo um vestido, sim um vestido. Hoje, eles estão super adaptados aos novos tempos.

Eu já fui uma super fã deles, daquelas que sempre tinha um par dentro do armário, era quase um uniforme meu. De repente eles sumiram do meu armário, sem muita explicação, acho que a gente cansou um do outro. Sabe?!

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Na verdade, passamos umas temporadas ignorando os coitadinhos “fashionisticamente” falando, deixando seu uso apenas para as academias, óbvio que estou falando daquelas pessoas que assim como eu, usavam o pisante (quase sempre) com o seu estilo de roupa e deixaram de usar, sem maiores explicações. E, óbvio sempre houveram as “tribos” dos tênis, estas nunca abandonaram – o tal pisante, até porque fazem parte do meio como eles são representados, se expressam, tipo: skatista.

De uns tempos pra cá, eles, os tênis brancos voltaram a circular nos pés do povo “das modas”, não que um dia eles tivessem sido banidos totalmente do cenário fashion, mas certamente, deram uma bela acalmada.

Agora, o negócio é o seguinte, se você não guardou o seu velho tênis branco, corra e compre um novo par. Garanto, você vai se apaixonar por ele novamente, assim como eu estou in love.

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Fotos: Reprodução