#Nos40DoSegundoTempo

Minha auto sabotagem e o fim da maldição

Se alguém aqui se encaixar nessa situação, que eu vou narrar a seguir, saiba que não somos os únicos, somos muitos e tamô juntos. Um milhão de coisas pra fazer e, eu mal consigo sair da cama pra tomar meu café da manhã. Sabe aquele dia preguiçoso – guardem bem esse adjetivo na memória, vou falar dele novamente – que promete ser de pura inércia, onde a energia parece que escorre pelos poros?! então, esse dia já aconteceu comigo muitas vezes.

O primeiro diagnóstico que eu costumava fazer para facilitar a minha vida era sempre médico, afinal tudo fica muito mais fácil se o problema for doença (veja bem, doença do tipo básica e costumeira) e não complicada, ou também pode ser de outra natureza (tipo espiritual), porque parte da solução é simples de resolver, vai lá, toma um remedinho pra gripe ou toma um passe. Claro, eu não vou mentir, sou um pouco hipocondríaca, coisa de família, minha avó adorava comprar remédios, sua gaveta da cômoda era repleta deles. Hoje, a minha está quase como a dela, mais um pouco e eu chego lá.

Segundo diagnóstico pode ser cansaço, exagerei na ginástica e estou quebrada. Ops, mas eu não exagerei, então essa desculpa não serve. Outra boa desculpa é a insônia, claro, tem dias que acontece mesmo, mas tem dias que a gente só dormiu mais tarde, nada que justifique todo esse cansaço. Por isso, o cerco começa a se fechar, eu começo a ter que me questionar de maneira mais profunda. Será que eu estou procastinando?!

O dicionário diz o seguinte: Procrastinar é o ato de adiar algo ou prolongar uma situação para ser resolvida depois. A procrastinação é um comportamento considerado normal ao ser humano, no entanto pode ser muito prejudicial quando começa a impedir o funcionamento de rotinas pessoais ou profissionais.

Pronto, chegamos no ponto. Quando começa a atrapalhar e atrasar a vida, essa “preguiça” tem outro nome. No meu caso, tudo ficava pra amanhã ou depois de amanhã (de preferência). Minha preguiça era tanta, que até marcar um simples exame médico, passou a ser extremamente incomodo, mas o pior era quando o dia do “tal” exame chegava, que “preguiça”.

Comecei a analisar essa situação de sempre estar sem vontade, sempre deixar tudo pra depois e cheguei a uma conclusão “Eu estou me sabotando”. Essa minha apatia e desmotivação não eram normais, tudo bem a pessoa ter “preguiça” muitas vezes, mas sempre não pode estar certo. É, nessa hora que a gente precisa escarafunchar a vida, a minha energia estava alterada, assim como a minha consciência. Eu precisava mudar. Fato.

Sempre desconfiei, que essa sensação não era apenas falta de organização em coordenar as minhas tarefas cotidianas, administrar meu tempo de maneira mais eficaz no trabalho ou ter mais concentração e menos dispersão durante o dia. Tudo estava diretamente ligado ao meu emocional. Aprendi, que a gente só anda pra frente, quando olha pra trás.

E foi assim, olhando pra trás, resolvendo minha pendências do passado, que eu comecei a sair do lugar. Hoje, percebo o quanto evolui, minhas tarefas estão cada vez mais coordenadas com meu tempo, a disciplina que faltava antes, agora já dá sinais constantes na minha vida. Consigo otimizar muito mais meu dia e me imponho metas a serem cumpridas, se não consigo realizar todas, isso não é mais um sinal de decepção, não me abalo facilmente, apenas mudo para o outro dia, sem cobranças rigorosas e auto-destrutivas.

Foi tentando entender essa minha “preguiça”, era assim que eu chamava, que eu entendi não ser simplesmente uma preguiça, era um grande desânimo, uma enorme apatia, que na verdade era uma auto sabotagem, uma culpa enorme tomava conta da minha vida e da minha mente, não deixando eu andar pra frente. Precisei entender meus motivos pra poder caminhar, muitas vezes essa procrastinação tem um fundo emocional, esse foi o meu caso, quem sabe você não analisa por esse lado e descobre a sua fuga, ou como quiser chamar.

Minhas crenças me limitaram por muito tempo, acreditei piamente não ser capaz de realizar muitas tarefas e, que faltava capacidade em mim pra realizar outras tantas, hoje percebo o quanto essas crenças limitadoras, foram fruto do meu pensamento viciado. Aprender a romper esse padrão é uma libertação, uma espécie de fim da maldição. Só sei que agora, me sinto mais leve e muito mais livre.

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Voltar de férias

Entrar de férias é sempre tudo de bom, lindo, maravilhoso, mil planos, mas a volta é sempre dureza. Sempre.

Pegar no tranco, essa é a palavra de ordem. Eu que acabei de chegar da Europa de férias (5 horas de diferença), sofro com o fuso horário, passo a tarde toda me controlando pra não tirar uma soneca e estragar o sono durante a noite. Muitas vezes, fracasso nessa tentativa árdua de me manter acordada.

Voltar pra academia então, tarefa das mais complicadas (e, chatas). A pessoa aqui passou o último mês todo na esbórnia, comendo e bebendo, se fartando de tanta sobremesa, onde a única ginástica capaz, que eu tive coragem de fazer, foi caminhada: até a praia e voltar.

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Com isso, chego a um triste fato: engordei 3 kilos de pura safadeza. Prejuízo dos grandes. Agora, preciso criar coragem para voltar a uma rotina de exercícios que eu deixei para trás. Nada fácil, a preguiça toma conta de mim, nessa primeira semana e a deprê também, afinal quem não se abala quando as roupas começam a ficar apertadas, hein?!

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Escrever é um outro parágrafo desse texto/desabafo. Blogar é como a problemática da ginástica acima, parou de escrever f***. Parece que toda a sua imaginação vai pro ralo, desaparece como um passe de mágica, não tem jeito, escrever é como o teatro, a arte da repetição, da rotina e da concentração.

Por isso, pegar no tranco é tão duro, até conseguir voltar à aquela disciplina, leva uns dias de pura inércia e desespero, sim você se cobra no seu interior e vai dando uma aflição medonha. Do tipo “Preciso produzir, por que raios continuo olhando para a tela do computador, abrindo milhões de links inúteis e não escrevo uma única frase que preste?!”.

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Finalmente, chego a mais conclusões:

1-preciso aprender a não chutar a pau da barraca “gastronomicamente” falando,

2-não posso me afastar de escrever por um longo período, never,

3-devo ter mais disciplina, fazendo com que a minha mente obedeça aos meus comandos.

Tudo isso, não necessariamente nesta ordem.

Fotos: DQZ