Nos primórdios da blogosfera, muitas blogueiras assim como eu, começaram seus blogs falando de moda. Com o passar do tempo a gente foi acrescentando novos assuntos relacionados a mulher. Eu entrei a fundo no tema da beleza e das viagens, explorei bastante as minhas dicas, resenhas de cremes para o rosto e cabelo. Escrevi meus diários de bordo. Enfim, meu universo era sempre em torno desses assuntos.

Eu até me arrisquei em escrever algumas crônicas. Gosto muito delas. De uns meses pra cá, passei a dar maior ênfase ao tema – comportamento – nele, abordo questões variadas, como minha atual fase de vida, a de ser uma mulher que entrou na faixa dos 40 anos. Isso, além de render vários novos posts, me deixa extremamente feliz e realizada.

A identificação de várias leitoras ao meu novo tema foi surpreendente. Muitas se identificaram, com o que eu passeia a escrever. Por isso, estou me aprofundando cada vez mais nesse universo. O fato de começar um curso de Coaching Holístico, também foi determinante pra nova fase do blog. E, foi assim que eu me aproximei das meninas do Futi – Joana Cannabrava e Carla Paredes – afinal, quando o universo conspira a seu favor, ele atrai coisas boas.

Da mesma maneira que eu senti a necessidade de contar mais sobre essa nova fase, explorando os assuntos femininos com uma nova abordagem, mais real, intimista e profunda, as duas também mudaram o foco do blog. Hoje, o #paposobreautoestima é o carro chefe delas. Desde de autoaceitação até racismo, o Futi explora temas polêmicos e reais, de uma maneira aberta e muito verdadeira. Não à toa, eu participei de um encontro com a Joana (Carla mora fora do Brasil) e outras meninas, para bater papo sobre os assuntos que nos unem e nos separam ao mesmo tempo.

Apesar do frio que fazia em São Paulo, rolou muito calor humano nesse picnic, além de muito desabafo. Teve choro, abraço, beijo e muita alegria, claro, isso é muito importante. Mas o saldo mesmo, além de positivo, foi ver como estamos trabalhando a empatia entre nós. Isso não tem preço, nós mulheres nos desconstruindo uma em frente a outra, nos livrando de velhas amarras e nos tornando mais reais.

Na hora de ir embora, a Jô me abraçou e pediu pra eu contar um pouco sobre a minha nova fase. Que honra poder dividir com as leitoras delas, um pouquinho de mim no Futi. Contei como eu me sinto nos meus 44 anos de vida, o que mudou e o que eu quero pra mim, daqui pra frente e sempre. Acho que o post conseguiu passar tudo aquilo, que eu queria e que estava dentro de mim.

Fotos: Caroline Barrionuevo (@carolinebarrionuevo)

O post começa assim:

 

Eu, 44 anos!

Comecei a blogar antes de entrar na casa dos 40 anos. Apesar de conviver com meninas em média muito mais jovens do que eu, a idade (ainda) não tinha sido um fator de preocupação dentro desse universo da blogosfera, nem fora dela, muito menos na minha vida privada. Ela não tinha me pegado de jeito.

Implacavelmente, essa hora acabou chegando, eu virei uma quarentona na virada da meia noite do dia 31 de Julho de 2013, por vezes confesso que logo no início dessa fase a única diferença era mesmo o número, eu até pensei em omitir (para não ter que mentir) a idade em determinadas situações profissionais, simplesmente ignorava o ano do meu nascimento quando precisava preencher alguma ficha, achava que o fato de já fazer parte das mulheres de quarenta anos pudesse mudar alguma perspectiva em relação ao meu trabalho. Chegar nos eventos e me deparar com a possibilidade de ser uma das mais velhas do lugar com o tempo passou a me incomodar.

E, esse incômodo não parou por aí. Passei a me questionar constantemente, minha mente trabalhava sempre contra mim, criando dúvidas, medos e monstros horrorosos, todos ao mesmo tempo. Passei a me questionar; “Será que não está na hora de deixar de ser blogueira?! Estaria eu fazendo papel de ridícula no meia dessas meninas?!”

O resto, vocês podem ler AQUI.