Vivemos num mundo super “show off”, o que significa MUITO exibido, não me excluo fora dele, pelo contrário, sei que às vezes escorrego na casca de banana. Juro, faço um esforço diário pra levar esse meu “exibicionismo”, a um patamar aceitável e razoável, onde eu não me envergonhe dele (no futuro próximo). Mas pode ser que nada disso seja suficiente, esse controle não é certeza que isso não vá acontecer. Afinal, quem nunca?!

Ser blogueira é uma faca de dois gumes, eita coisa mais complicada ter bom senso em relação ao exibicionismo. Eu sei que preciso promover meu trabalho – isso é fato – faz parte, mas até onde eu devo fazer isto sem passar dos limites?! dúvida cruel. Deu pra entender como a linha é tênue em se tratando de promoção & exibicionismo?! até que ponto eu não passo dessa linha?! muitas vezes fiquei confusa nesse quesito. Já, vi muita gente exagerada na blogosfera forçando a barra literalmente, nos substantivos e adjetivos, tipo “Migassss” ou “Queridaaaasss”.

Esse é o exibicionismo profissional, tem o privado também, não estamos nunca livres deles em hipótese alguma, seja em casa ou na rua. Afinal, pra que serve o Instagram na vida da gente, né?! simplesmente, pra gente olhar a vida alheia e sentir inveja. Ninguém vai postar foto feia, descabelada ou na sarjeta. Além disso, sucesso é relativo, uma bela foto não mostra a verdadeira legenda, ela pode esconder um mundo de infelicidade. O problema é que o povo sempre “acha que a grama do vizinho é mais verde”, aí da-lhe exibicionismo pra compensar a felicidade da vida do vizinho, não é mesmo?!

O exibicionismo tem também um outro lado, o lado negro da força, aquele que esconde o verdadeiro motivo do dito cujo. A verdade é que, quando a gente se sente confortável dentro da nossa própria pele, a necessidade de aparecer diminui muito e, eu posso dizer que ela quase desapareceok, isso serve mais para os zenbudistas – concordo. Então, sejamos mais realistas, se nos exibimos neste mundo capitalista é porque algo dentro de nós está precisando de uma atenção maior. Menos matéria, mais espírito. Se exibir não é apenas um jeito de ser, ele esconde um vazio dentro da gente. Aí que está o problema.

Quero deixar bem claro, não estou querendo que o mundo se torne um lugar habitado por pessoas mal humoradas, sérias, desapegadas ou sem graças, por favor. Nada disso, bem longe disso. O que eu estou falando é que as pessoas notam as “muito exibidas”, as quem tem necessidade de se mostrar o tempo todo, não confundam com o jeito de ser. Pessoas alegres e extrovertidas, nem sempre são exibidas.

Eu por exemplo, sou uma pessoa fofa (contém ironia), mas muito elétrica. Falo com as mãos, não consigo falar baixo, grito, aliás falo com o meu corpo todo. Não passo despercebida pela multidão (exibida, eu?!), mas sei exatamente quando deixo de ser eu mesma e passo a ser uma personagem – A Exibida. As razões são várias e depende do momento; insegurança é um bom motivo para me exibir. Chegar num lugar em que eu me sinta desconfortável, onde as pessoas são hostis, ou até mesmo desconhecido, eu já vou logo apelando pro exibicionismo – pura defesa – caso contrário, fico quietinha envergonhada. Juro, tenho meus momentos discretos (zen). Sabe que pensando bem, nesse caso estou achando que ser exibida não é tão ruim assim, será?!

Vamos analisar mais esse tal exibicionismo. Cheguei a conclusão de que se exibir por questões de pura sobrevivência até que, não é de todo mal, mas exibicionismo puro e simples, esse sim é um perigo. Ele fala muito mais sobre nossas faltas, do que nossa vergonha em si. E, é esse que eu fico atenta, em relação a mim. Engraçado como todos os caminhos, levam sempre a uma mesma palavra: autoestima, isso mesmo, sempre ela.

Quem tem autoestima não precisa se exibir o tempo todo. Eu sei que ter autoestima faz parte de um trabalho árduo de auto-conhecimento, a gente só se dá conta dos momentos de puro exibicionismo, quando entendemos realmente o que se passa dentro de nós. Vamos combinar, se exibir (muito) cansa, não é mesmo?! afinal, essa “personagem” precisa de muito ensaio, pra não soar canastrão. Por isso, tome cuidado com a autopromoção. Seja mais você.