Hoje, quando eu acordei, já sabia que durante o meu dia, teria que reservar um tempo para eu me concentrar, logo mais faria um workshop sobre um tema tão presente na minha vida – Menopausa – junto das minhas fiéis companheiras Dra Elaine (minha endocrinologista) e Ju Ozaka (minha esteticista), juntas – #Nos40DoSegundoTempo – nós 3 teríamos a tarefa de dar um apanhado geral sobre o tema, para uma platéia muito especial.
Nada mais, nada menos que as atrizes e a produção da versão brasileira do musical da Broadway que, traz justamente, o tema do meu momento tão particular e de outras tantas mulheres. Foi numa conversa informal e muito descontraída, afinal falar sobre a Menopausa nossa de cada dia, deve ser um assunto (apenas) sobre uma fase específica na vida de cada mulher e, não mais um tabu, como foi no passado, onde essa palavra causava arrepios e resignação em muitas de nós.
Menopausa muitas vezes está associada à velhice. Fato. Todas nós envelhecemos, outro fato, mas a Menopausa na realidade marca o fim da fase reprodutiva feminina. Assim como na menstruação que marca o início, essa marca o término. Ok! Essa é a narrativa. Na realidade passamos por um turbilhão de emoções.
E, foi esse o meu gancho pra tentar mostrar que a narrativa dessa fase anda em descompasso com os nossos sentimentos. Como mulher somos cobradas a exaustão para nos mantermos jovens e atraentes, nossa, “Existe tarefa mais árdua que essa?!”. Isso significa o mesmo que pedir para um cachorro filhote continuar filhote pro resto da vida, caso contrário, ele perde a graça e, pode ser abandonado pelo seu dono. “Parece cruel né?!” mas porque a nossa sociedade permite que isso aconteça com nós mulheres?! Aliás, porque permitimos esse comportamento da sociedade?! eu acho que passou da hora de juventude ser dissociada de beleza, assim como a velhice ser associada a invisibilidade feminina.
Somos condicionadas a perseguir a juventude eterna e, quando a Menopausa bate à nossa porta, lá vem o baque e a pergunta que não quer calar “O que eu faço?!”. Nada colega, apenas aprenda a conviver da melhor maneira possível com essa “intrusa” inconveniente. Não ceda as pressões externas para se opor a natureza. Será uma tarefa hercúlea e ineficaz. O caminho para uma vida “menopausada” com equilíbrio é o autoconhecimento. E, a aceitação do inevitável.
Toda fase (no fundo) tem seu lado bom, o da Menopausa é ligar o foda-se. É, não dar tanta importância para os outros e suas opiniões. É, saber rir do que um dia funcionava com precisão e, hoje não mais. Ninguém está falando pra entregar os pontos, acabou, estou falando de liberdade. De olhar pra si própria, de se conhecer a fundo até saber aonde se deve ir e como pra enfrentar a Menopausa e tudo que ela traz consigo da melhor maneira possível.
Hoje passado um ano da minha “sentença de morte”, vejo o quanto subestimei a mim e superestimei a Menopausa. Nada foi tão difícil que eu não consegui dar um jeito, como também nada foi definitivo que eu não tivesse ajeitado a meu favor. São novas situações e novos aprendizados.
Nos dias de hoje, temos informações e tratamentos para melhorar a nossa qualidade de vida, não precisamos sofrer, não precisamos nos entregar, precisamos é nos acostumar e reverberar pra sociedade que, uma mulher na Menopausa não precisa se esconder, ela precisa ser aceita, porque não tem nada para aceitar, ela precisa se sentir otimista ao invés de se sentir pessimista.
Um ponto muito interessante debatido durante o workshop foi que, a peça da Broadway retratava as mulheres na Menopausa de uma forma como se elas fossem caricaturas de si mesmas, como mulheres velhas falando de seus problemas. Não, mulheres mais velhas não são caricaturas de si mesmas, somos mulheres de meia-idade, maduras que precisam de apoio, um olhar carinhoso e principalmente, espaço para debater todas essas questões. Nada de “sentença de morte” ou deboche. Menopausa não é contagiante, Menopausa é um estado de espírito. Use a seu favor.
E, assim como um mantra, eu repito e grito para quem quiser ouvir (ou não) “Eu estou na Menopausa, bebê”. FIM.
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