Durante meus dias em Yangon, minha rotina era quase sempre a mesma: acordar muito cedo, tomar café da manhã no hotel, entrar no ônibus com o meu grupo e, partir para os nossos passeios diários. Por isso, a gente não podia esquecer nada, caso contrário ficava sem.

Eu sempre fazia o meu check list pela manhã – lente de contato, caixinha da lente, soro para a lente, óculos com grau, óculos escuro sem grau, óculos escuro com grau, carteira, câmera fotográfica, celular, bateria extra para celular, batom e eu acho, que era tudo isso, o que eu precisava para passar o dia tranquila.

Mesmo assim, tudo isso não adiantou nada, porque justamente no dia em que tínhamos um jantar bacana, mais arrumadinho, não tivemos tempo de voltar para o hotel para dar um tapa no visual – nem o batom, deu um up pra essa carinha cansada.

Enfim, nosso ônibus estacionou a alguns metros de distância do restaurante (não dava pra entrar, na estreita rua de terra) e lá fomos nós, andando até o restaurante. Confesso, que não esperava muita coisa, afinal até então, todos os restaurantes que havíamos ido, eram bem “normais”, simples mesmo, sem nenhum luxo, mas todos serviam uma comida local e bem feita, por isso a minha descrença.

Quando eu passo do portão, tenho uma grata surpresa. Um restaurante francês lindíssimo, nos aguardava. Voltando um pouquinho no tempo, pela manhã, uma instafriend que por coincidência estava pela Ásia, me recomendou um restaurante, mas como estou em um grupo, muito provavelmente seria impossível sair do roteiro. E qual não foi a minha surpresa?! era o mesmo restaurante.

Devo dizer que naquele instante, me senti em qualquer lugar do mundo, menos em Yangon. Aquilo era completamente discrepante do resto da cidade inteira. Um belíssimo casarão, ao melhor estilo britânico colonial, nas margens de um lago. Eu pensei “Para, não pode ser verdade!!”.

Não dá pra descrever, sem mostrar a foto do lugar, olhem vocês mesmo e entendam a minha reação.

Le-Planteur-Resturants-Lounge-Yangon-Myanmar-Overview

12112448_10153213835413325_1494217343899291337_n

Estão vendo?! eu não menti. Não é escandalosamente incrível, um restaurante desses onde o Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,583 e o país ocupa o ranking de 132* (de 177 países listados)?! chego a uma conclusão: o mundo é surpreendente e, é por isso que eu amo tanto viajar por ele.

O Le Planteur existe desde 1998, nos seus primórdios, suas instalações eram bem mais modestas, encontrar o caminho do restaurante, pela rua estreita e irregular em Yangon, era quase como uma caça ao tesouro. Oito anos depois o restaurante foi relocado para uma casa maior, na estrada Kabar Aye Road.

Recentemente (pouco menos de um ano), o Le Planteur se mudou novamente, dessa vez para a tal bela casa do lago, Inya Lake, 80 University Avenue.

* Le Planteur  possui um equipe de 56 pessoas sob a direção de seu proprietário chef Boris Granges e Ma Myint Eja, o diretor operacional há 18 anos. A cozinha está sob os cuidados de Emmanuel Delorme e o serviço sob a direção de Kyaw Oo Thein por quase duas décadas.

11048604_10153163421408325_8161938816838273614_n

collage

collage

FullSizeRender

Where to eat in Yangon? Le Planteur’s best!
The Wall Street Journal

Porém, sabe aquela poesia do Drummond?! sim, aquela mesma. Então, Tinha uma lojinha no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma lojinha. Minha gente, uma lojinha das mais fofinhas (dentro do próprio restaurante),  tudo muito surpreendentemente. Eu sei, eu sei, pareço meio sem vocabulário, repetindo as palavras, mas como definir tamanha surpresa, hein?!

A mulherada foi em massa visitar a lojinha, que ficou pequena para tantas brasileiras ávidas por novidades asiáticas. Diferente do artesanato local, este era mais refinado, bem acabado e de maior qualidade. Procurei saber sobre a marca e descobri que um trio de mulheres: uma francesa, uma birmanesa e uma sul-coreana se juntaram para criar ao Yangoods, que vende até pela internet.

O lema da marca é a mistura da herança cultural de Myanmar, seus heróis, seus símbolos e relíquias, aliados a arte do século XXI, mostrados de uma maneira vintage, ou seja, um monte de coisinhas bonitinhas para a decoração de casa, acessórios, bolsas, necessaries e souvenirs.

O que eu mais achei legal, foram as almofadas da marca, que inclusive fazem parte da decoração do restaurante, em questão. Levei duas pra minha casa (deveria ter levado mais), que já estão enfeitando o meu quarto.

b005f9f84643bf8ba057744b9d624217

collage601d520a14f7f1f31c67d1c4bad4d11f

Fotos: DQZ/Reprodução

Categorias: Viagens
Publicado por Lu Mich

Posts relacionados

  • Inle Lake Myanmar
    Mais uma vez, chegou a hora de pegar o avião, dessa vez seguimos para Inle Lake, uma cidade dentro de um lago. Curioso isso, hein?! será que vai ser legal?! essas perguntas sempre veem na mente. Afinal, por mais... Continue lendo
  • Vamos para Kakku?!
    É longe, muito longe, mas certamente vale a pena. Conhecer Kakku é uma aventura, em todos os sentidos. A logística parece maluca, mas funciona: barco, ônibus de turismo e lá se vão umas 3 horas (aproximadamente), até o nosso... Continue lendo
  • Conhecendo Bagan do alto
    Depois de uma viagem tão especial, como essa, o que ficam são as lembranças. Como blogueira, meu trabalho é relatar tudo de bom que eu vi e vivi, por isso às vezes a tarefa de escolher o que escrever... Continue lendo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *